Conheça a história do marinheiro afro-americano que virou herói ao desafiar uma proibição

É possível afirmar que poucas vezes um soldado foi condecorado por heroísmo ao realizar um ato que, em outras situações, lhe garantiria uma punição. Mas foi exatamente o que aconteceu com o marinheiro afro-americano Doris Miller, da Marinha dos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial.

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Nascido em 12 de outubro de 1919, Miller se alistou na Marinha menos de um mês antes de completar 20 anos. Mas como as forças armadas dos Estados Unidos na época eram segregadas, os afro-americanos eram proibidos de servir em posições de combate ou de operar armas, podendo atuar apenas como como cozinheiros e auxiliares.

Era na cozinha do encouraçado USS West Virginia que Miller estava designado no dia 7 de dezembro de 1941, quando os japoneses fizeram um ataque à base naval de Pearl Harbor, no Havaí. Apesar do bombardeio aéreo, o marinheiro começou auxiliando no resgate a outros marinheiros e inclusive do capitão, que foi ferido mortalmente.

Desafiando a proibição e mesmo sem treinamento, Miller decidiu então operar uma metralhadora antiaérea, tendo atingido alguns dos aviões japoneses até que a arma ficasse sem munição. Por seus atos durante o ataque, Doris Miller recebeu a Cruz da Marinha, a condecoração mais alta das forças navais americanas.

Condecorado em combate, Miller fez um tour pelos Estados Unidos. Mas acabou voltando a servir na cozinha, até que morreu em novembro de 1943, quando o navio no qual era tripulante, o porta-aviões de escolta USS Liscome Bay, foi afundado por um submarino japonês. A segregação na Marinha dos Estados Unidos só iria acabar em 1948.

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